04 maio 2015

Uma sociedade doentia, um autor que a compreende.

Título: O Vendedor de Sonhos e a Revolução dos Anônimos
Autor: Augusto Cury
Páginas: 318
Editora: Academia de Inteligência
Ano: 2009 - 1ª Ed.

Sinopse: Psicótico? Sábio? Impostor? Pensador? Depois de perdas irreparáveis, depois que seu mundo desmorona, esse homem procura reunir seus fragmentos e reconstruir sua vida vendendo sonhos. O Vendedor de Sonhos ou Mestre se torna um "profeta da filosofia". Seus discursos são cortantes como lâminas; suas ideias, arrebatadoras. O romance O vendedor de Sonhos e a Revolução dos Anônimos mostra como a trajetória de cada ser humano é admiravelmente complexa, escrita com lágrimas e júbilo, tranquilidade e ansiedade, sanidade e loucura. Seus discípulos são baderneiros e revolucionários que transformam drama em comédia e colocam grandes ideias num circo social.

              Quando o assunto é a realidade da nossa sociedade as coisas se tornam mais difíceis de compreender e até mesmo de descrever, vocês não acham? Pode até ser para nós mas o nosso mestre Augusto Cury pode muito bem discordar disso. O vendedor de Sonhos e a Revolução dos Anônimos é realmente um dos melhores livros brasileiros que eu já li, e acredite, sou extremamente chata para autores brasileiros.

              Primeiramente eu quero realmente parabenizar o escritor pelas suas belas obras, afinal Augusto Cury é realmente um ótimo escritor e que nos faz pensar e repensar nossas atitudes diárias. Meu primeiro livro foi um imposto pela escola em que eu estudava e desde aquele eu me tornei uma grande fã do autor, exatamente por ele ter a capacidade de me fazer ver o "outro lado da moeda". Cury é um autor renomado que fez seus livros alcançarem publicações em mais de 60 paises, acredite, isso já pode dizer que ele é bom no que faz. Também não posso esquecer de mencionar que além de escritor ele é professor e médico. Muito folego hein!
Dedicatória: A todos os anônimos da sociedade, que compreendem que a existência é um grande contrato de risco. E que "leram" nas cláusulas desse contrato que o drama e a comédia, as perdas e os ganhos, os desertos e o oásis, o relaxamento e o estresse são privilégios dos vivos.
              Vale apenas comentar que essa é a primeira parte do livro, então dá para ver que o autor é realmente incrível. Eu acho incrível a forma como ele criou um personagem com a mesma timidez que muitas pessoas tem e como ele cresce com o personagem ao decorrer dos três livros. Para quem não sabe o Vendedor de Sonhos é composto por três livros,valendo salientar que o próprio autor comenta que os livros não precisam ser lidos em sequência. Eu acredito que, para melhor compreender os personagens sempre vale a pena ler na ordem mesmo, então aqui está ela: 
  • O Vendedor de Sonhos: O chamado;
  • O Vendedor de Sonhos e a Revolução dos Anônimos;
  • O Semeador de Ideias.
              O interessante do livro é que ele sempre traz presente aquele personagem acanhado e cheio de preconceitos com os demais, sejam pelas formas de pensar e agir. E o melhor de tudo é que esse personagem cresce com a ajuda da figura do Mestre e aprende que as pessoas não são iguais, que elas pensam diferente e tem visões que também diferem da própria para uma mesma situação. Acima de tudo, todos os diálogos do livro mostram que a sociedade é doente, cheia de rótulos que tentamos seguir e que aprendemos desde o início a seguir ideias e não a criar novas. 

              A forma como o autor nos grita um "saia desse sofá, faça a diferença" é enorme. Ele trabalha muito a ideia de que estamos tão acostumados em trabalhar, trabalhar, trabalhar que nos tornamos apenas escravos do sistema e suas tecnologias. Que dedicamos muito tempo aos outros e não a nós mesmos e a nossos ideias e sonhos. E o principal é que não depositamos fé nas crianças, muito menos nos jovens, afinal não os incentivamos a quebrar as regras e nos trazer novidades, e sim a apenas copiar e repetir coisas já antes criadas.      
Vivíamos num tempo em que as pessoas eram excessivamente previsíveis, destituídas de criatividade, sem tempero emocional, aprisionadas nas teias da mesmice. Atores ou atrizes, artistas do show business, políticos, cientistas, religiosos, executivos de grandes empresas eram enfadonhos, tediosos e não poucas vezes indigestos. Nem eles se suportavam. Repetiam velhos jargões, reproduziam os mesmos comportamentos, construíam senis pensamentos. Não encantavam a emoção, nem inspiravam o intelecto. Precisavam de estratégias de marketing e da maquiagem da mídia para empacotá-los e torná-los interessantes. Até os jovens estavam sem entusiasmo pelos seus ícones. [p. 15] 
              Dá para ter uma ideia de que o autor tem uma bagagem cheia de novas ideias e incentivos para quem está cansado da mesmice e das leituras rotineiras sobre mundos encantados, não é? Fico realmente fascinada pelos pensamentos dele e a forma como eu também sou muito influenciada pela sociedade e critico antes de tentar localizar um ponto positivo as coisas. Neste livro ele mostra isso, ele busca os pontos positivos para tudo. Ele realmente nos dá uma vírgula para continuarmos nossa história, e não um ponto final, como muitas vezes o autor descreveu. E, acima de tudo, nos incentiva a buscar pelo "mais" e não se contentar com o que a sociedade nos entrega de forma mastigada. Nos dá incentivo para criticar, mas criticar com bons argumentos, argumentos esses que são construtivos e não destrutivos. 

              Ou seja, como devemos curar essa nossa sociedade doentia? Como devemos lidar com os nossos pontos para transformá-los em vírgulas? Como sorrir quando a vontade é chorar? E quando devemos desistir? Vale a pena conferir esse livro. Caso você goste de debates de ideias, seja bem vindo aos livros de Cury. Irei ler o último e postar sobre porque as ideias que ele apresenta são simplesmente incríveis, o que torna essa obra um ótimo livro para estar a cabeceira da cama. 

Por Bruna

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