28 maio 2015

Florença do Renascimento: um novo crime

Autor: Giulio Leoni
Tradutor: Gian Bruno Grosso
Editora: Planeta do Brasil, São Paulo
Ano: 2006
Páginas: 379
Título Original: I delitti del mosaico. 
Gênero: Ficção Italiana

Sinopse: Com sete edições vendidas em apenas oito meses na Itália e traduzido para mais de 20 línguas, Os Crimes do Mosaico é um brilhante thriller histórico. O protagonista é Dante Alighieri, o autor de A Divina Comédia, que atua como detetive numa série de crimes assustadores que assolam Florença no ano de 1300. Tudo leva a crer que uma seita secreta age nos subterrâneos da cidade e cabe ao grande poeta juntar as peças como um verdadeiro Sherlock Holmes. 
Com um estilo inteligente que mantém o suspense da primeira a última linha, Giulio Leoni reconstrói a Florença do Renascimento nos mínimos detalhes e apresenta um Dante em carne e osso, poderoso, amargo e gentil. 
O mundo não será mais o mesmo depois de Os Crimes do Mosaico. 

Os crimes do Mosaico, um livro muito, muito interessante. Digo isso não por apresentar palavras antigas pouco usadas hoje em dia (ou seja, ele realmente nos faz acreditar que estamos no Renascimento! Fantástico!) como também por manter uma linha de mistérios do início ao fim como a própria sinopse promete. 
Nós mortos somos cegos no presente, porque no presente está a existência que nos é negada. Mas enxergamos longe, como se nossa visão fosse amplificada por um daqueles vidros convexos que os mouros lapidam nas terras árabes. E eu vejo o seu destino como através de um desses vidros. Você caminhará sobre a Terra por quatro lustros e depois conhecerá a morte úmida que cava com as suas febres os ossos e as vísceras. Mas sobre as coisas futuras não quero saciá-lo de maneira que possa ir descobrindo uma a uma, com dor. Mais não digo e a nada mais respondo. {pag. 283-4} 
Eu confesso que achei o personagem principal, o Prior Bonifácio, um pouco/muito abusado e irritante as vezes mas o clima da história é bem bom e até mesmo original. Muitas das histórias que eu leio são "cópia" uma das outras, as ações são as mesmas, até mesmo as falas e já nos deixa com aquela ideia fixa de que o mocinho é apenas o mocinho e que no fim ele fica com a garota gostosa e tudo termina legal. Nesse nem tanto, até me deixou com dúvidas porque não deixou explícito o que acontece com a vida amorosa do personagem. 
Uma ponto negativo: Muita filosofia, muita, muita. Eu gosto de pensamentos inteligentes, aquele toque de debate de ideias mas cá entre nós, pensar nas estrelas e em Vênus não é algo que alimente minha mente. Achei a maior parte dos diálogos entre personagens uma chatice total, em especial quando o personagem se reunia com os demais para dialogar longamente sobre coisas cotidianas mas o interessante é que isso realmente remota a ideia de que, naquela época, os pensadores se encontravam em tabernas, as escondidas, para debater assuntos que eram oprimidos pela Igreja. Ou seja, muitos pontos ao livro por isso. 
Mas penso que não exista trama da mente que a razão e a virtude não possam decifrar. Porque o criminoso deixa sobre o corpo da vítima a marca da própria alma, juntamente com a das mãos. A vítima chama a si seu carrasco por meio de uma secreta e misteriosa atração. Assim, o homem vivo e o homem morto são um o espelho do outro. 
Uma coisa que me chamou master atenção é a forma como o Prior trata o contexto criminal do livro. Trouxe essa citação para ilustrar, visto que ele em partes do livro diz para que seus colegas lhe apresentem um crime que ele prontamente lhe apresentaria o culpado, embora ele se enrole até o fim do livro para ter uma ideia de quem é o culpado. Para quem gosta de mistério e uma pitada bem grande de filosofia o livro é uma ótima pedida. É o primeiro desta saga, porém não irei falar muito dos outros, afinal antes irei ler é claro.  Fica mais um livro de dica para vocês! 

Por Bruna 

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