08 setembro 2015

Orgulho e Preconceito - Jane Austen


Título original: Pride and prejudice
Tradução: Lúcio Cardoso
Autora: Jane Austen
Editora: Nova Fronteira
Ano: 2011
Páginas: 374
Gênero: Romance 



Sinopse: “Orgulho e preconceito” é o mais popular dos romances de Jane Austen. A jovem Elizabeth Bennet, que se julga desprezada por Darcy, jovem rico e orgulhoso, começa a se interessar pelo belo militar Wickham. Em lugar do simples enredo sentimental, o texto de Austen focaliza uma questão mais complexa em que se misturam a razão, o sentimento de gratidão e suas implicações e, especialmente, a desconfiança com relação às primeiras impressões.



A vaidade e o orgulho são coisas diferentes, embora as palavras sejam frequentemente usadas como sinônimos. Uma pessoa pode ser orgulhosa sem ser vaidosa. O orgulho relaciona-se mais com a opinião que temos de nós mesmos, e a vaidade, com o que desejaríamos que os outros pensassem de nós. p.25.


Olá pessoal, tudo bem com vocês?

Há pouco tempo eu fiz uma meta de leitura para o segundo semestre de 2015 e pedi a opinião de algumas pessoas para qual livro ler entre os que eu havia selecionado. O grande vencedor foi Orgulho e Preconceito da Jane Austen. 
Pois então, poucos são os livros que lemos e que nos tocam profundamente, ainda menos ainda são aqueles que se tornam de um dia para o outro o favorito. Por quantas histórias já passamos, quantos personagens vieram e deixaram sua mensagem, mas não conseguiram se fixar em nossos corações?

Já li muitos livros, desde os sete anos que a literatura faz parte da minha vida e sempre me apaixonei pelas histórias policiais, já os romances.... Ah os romances... Meu fracasso literário, posso assim dizer. Só comecei a me dedicar a leitura desse gênero quando completei 20 anos, dessa forma posso dizer que estou nessa há apenas 3 anos e meu conhecimento é mínimo, não tenho ainda uma crítica tão boa e fundamentada quanto gostaria, por este motivo que faço essa pequena introdução.

Falar de Orgulho e Preconceito é difícil pra mim, não pelo livro ser ruim e não ter o que escrever, mas bem pelo contrário! Me sinto profundamente assustada por não saber como pôr em palavras todos os sentimentos que a autora conseguiu despertar em mim. A cada página que eu virava, era um mix de emoções. Em inúmeros momentos senti que Elizabeth Bennet me confidenciava sua história, por isso digo com prazer que esta é uma obra em que sentimos os personagens tão vivos a ponto de crer que somos capazes de os tocar.

Elizabeth Bennet é considerada uma heroína dentro da literatura, não sendo por menos. Ela realmente merece um título desses. Fiquei impressionada pela forma como a personagem tem uma visão crítica de tudo que acontece ao seu redor e está sempre analisando minunciosamente as pessoas. A todo momento temos o prazer de ser presenteados com discussões que vão desde os valores da sociedade da época até a educação familiar e o papel da mulher, mãe e esposa. Gostei de ver a delicadeza com que a autora tratou de assuntos como a vaidade, o orgulho e o preconceito. Elizabeth é uma jovem a frente de seu tempo. Enquanto muitas apenas querem casar e constituir sua família, ela se preocupa com o que é o casamento e qual a sua verdadeira função e significado.

Também a vemos criticar a obsessão das mulheres em se tornarem perfeitas. Uma mulher de verdade deve saber bordar, pintar, desenhar, cantar dentre tantas outras, o que ao seu ver são desnecessárias, opinião esta que derivou de sua possibilidade de escolha. Enquanto as outras famílias obrigavam as jovens a darem tudo de si por um aprendizado de elite, sua família a permitiu escolher o que gostaria de aprender.

Mesmo assim Elizabeth conhecia o seu lugar na sociedade. Ela sabia que as chances de se casar eram mínimas, uma vez que seu pai não possuía dote para dar em nome das filhas (cinco ao todo) e para piorar, ainda tinha o fato de sua mãe e algumas das irmãs serem um pouco espalhafatosas demais, repetidamente manchando o nome da família. Porém, ela tinha uma presença forte e natural, sabia se comportar em qualquer situação e se quisesse, poderia facilmente enganar qualquer homem, levando-o a crer que vinha de uma família de posses, mas ao mesmo tempo a sua personalidade forte a impedia de ser dissimulada a tal ponto. Vemos como ela é sincera na sua forma de pensar e agir, enfrentando até aqueles a quem todos baixavam a cabeça. E aqui é o que torna ela popular, acredito eu. Elizabeth sabia se impor, erguer a cabeça e seguir mesmo diante das dificuldades, como se nada a tivesse atingido, além de sempre ter uma resposta crítica e sensata para tudo.

E é então que somos apresentados a Mr. Darcy, um personagem que ainda vive em meio às aparências ditadas pela sociedade, que acredita que por ser um homem da alta pode ter seu orgulho e vaidade elevados ao grau máximo e é nessa ferida que Elizabeth toca. Ela não é uma mulher qualquer e isso ele percebe logo de cara. Sua forma de expor seus pensamentos não convém para uma moça da época. São tais detalhes que aos poucos o conquistam, até que definitivamente ele percebe que ela é o seu tipo ideal, todavia ele ainda não se livrou das amarras da vaidade e do preconceito. Acredita que está fazendo um favor a ela e sua família quando enfim admite a amar, e o que nossa querida Elizabeth faz? O coloca em seu lugar, mantendo a dignidade e o orgulho que ainda lhe restam.

Sei que não escrevi um terço do que gostaria e muito menos relatei a história em si. Orgulho e Preconceito não se fez famoso pelos personagens secundários, mas pela relação de Elizabeth com Darcy e mesmo que eu quisesse, ficar narrando os acontecimentos do livro fariam com que eu me perdesse na essência dele. Peço desculpas àqueles que gostariam de ver um resumo sobre o livro, eu estaria mentindo para mim mesma se colocasse friamente sobre o que é, e o que acontece apenas. Espero que os que já leram entendam a minha emoção e os que ainda não conhecem a obra, a procurem porque vale a pena.

Por Jéssica ♔

4 comentários:

  1. Ah, esse é realmente um clássico. Muitas pessoas adoram, quase todos leram, tenho uma adaptação, ou readaptação, não me lembro, em casa, deste livro, mas por incrível que pareça, não tenho o mínimo interesse em ler. Mas gostei do seu post, me incentivou um pouco à ler, um dia, talvez, irei ler.

    ResponderExcluir
  2. É tão bom quando um livro mexe desse jeito com a gente, que nem temos palavras pra falar dele haha Mas você falou muito bem!
    Tenho enrolado a leitura desse livro faz um tempo, mas agora bateu a vontade!
    Adorei a resenha, um beijo♥

    surewehaveablog.com.br

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Fico muito feliz que tenha gostado. Foi bem difícil escrever expondo tudo o que eu senti em relação ao livro.
      Assim que tiver uma oportunidade, leia porque é muito bom.
      Beijos <3

      Excluir
  3. É uma característica bem forte nos romances da Jane Austen personagens verossímeis, que, consequentemente, fazem com que nos identifiquemos com eles. A Lizzie é ,sem sombra de dúvida uma dessas personagens. Outra característica das obras da Jane é o senso crítico que ela coloca na fala dos personagens, essa cutucada que ela dá na sociedade da época dela. Maravilhosa!

    Eu acabo de ler Persuasão e só tenho elogios a escrita da autora!

    Beijinhos, Hel.

    leiturasegatices.blogspot.com.br

    ResponderExcluir