15 setembro 2015

Busca do Graal - Livro II


Autor: Bernard Cornwell
Tradutor: Luiz Carlos do Nascimento Silva 
Editora: Record Ltda. 
Ano: 2014 - 20ª edição
Páginas: 457 -Edição Econômica
Título Original: Vagabond
(O Andarilho - A Busca do Graal )
Gênero: Romance inglês

Sinopse: Thomas de Hookton, hábil e corajoso arqueiro inglês, deixa as fileiras do exército e parte em uma missão que o leva em viagens entre a Escócia e a França. O jovem segue a trilha do mítico Santo Graal, com a benção da coroa britânica, e em seu caminho enfrenta inúmeros vilões e aventuras. Perigos e adversários que o conduzem a outra busca: a de suas verdadeiras origens, ligadas a uma misteriosa família nobre que, por séculos, teria sido a guardiã da mais sagrada das relíquias cristãs, mas que tinha caído na desgraça da heresia.
Neste segundo romance de sua trilogia A Busca do Graal, Bernard Corwell mais uma vez usa o conário da guerra dos Cem Anos para contar uma saga tão empolgante quanto as aventuras de Artur e seus Cavaleiros  narradas na séria As Crônicas de Artur, que transformou para sempre a imagem daqueles heróis lendários. 



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Olá galera, tudo beleza com vocês?

Retornei novamente com o segundo livro da Busca do Graal. Novamente me surpreendi com a escrita do Bernard e acredito que vale a pena narrar seu livro da mesma forma que ele traz no seu livro, divido por partes. 

PRIMEIRA PARTE. Inglaterra, outubro de 1346. Flechas no morro. Neste cenário temos agora a presença de tropas escocesas e a presença de novos personagens, tais como Sir William Douglas, Cavaleiro de Liddesdale e o padre Bernard de Taillebourg. Nesta parte Thomas viaja acompanhado de sua esposa e do padre Hobbe e acaba se envolvendo em uma grande guerra contra os escoceses e faz um inimigo de peso, o Espantalho. 
SEGUNDA PARTE. Inglaterra e Normandia, 1346-7. O Cerco do Inverno. Após grande perda, Thomas se une a um escocês de nome Robbie Douglas,  e partem de volta para Hookton, com o nome de seu maior inimigo em mente, o padre de Taillebourg onde recebe de Sir Giles um livro que havia sido de seu pai e que, supostamente, tem informações do Graal. 
TERCEIRA PARTE. Bretanha, Primavera de 1347. O copeiro do Rei. Reencontramos Jeanette em La Roche-Derrien. Thomas sofre tortura nas mãos do Inquisidor para descobrirem sobre o Graal. Novo guerra encerra o livro. 

Fiz um breve resumo sobre o que se trata cada uma das partes do livro, e fica subentendido que ele realmente promete muitas coisas. Mas acho que a melhor coisa do livro foi exatamente a parte em que o nosso Thomas sofre lá suas torturas. Bernard é bem preciso quanto ao modo como os Instrumentos da Fé agiam, ou seja, não podiam derramar sangue para obter suas confissões. Exatamente nestas cenas eu vi que o livro valeu muito a pena, tanto que enviei trechos do livro para algumas pessoas que já colocaram ele na própria lista de leitura. Essas cenas de obter confissões é algo muito interessante e a riqueza dos detalhes trazidas ao livro nos mostra que o autor realmente teve muito trabalho de pesquisa. E para ilustrar isso, trago um trecho do livro para vocês:
A Inquisição, tal como a ordem de frades dominicanos, era dedicada à erradicação da heresia, e por isso empregava fogo e sofrimento. Eles não podiam derramar sangue, porque isso era contra a lei de Deus, mas qualquer sofrimento provocado sem derramamento de sangue era permitido, e a Inquisição sabia bem que o fogo cauterizava o sangramento e que a tortura não perfurava a pele de um herege e que grandes pesos colocados sobre o peito de um homem não rompiam veia alguma. {Pág. 60} 
Briga de família sempre é algo grandioso, concordam? A forma como Bernard nos traz isso ao livro ajuda muito a história a se manter em seu patamar de perfeição. Achei que eu não iria gostar de Guy Vexille, o nosso Arlequim, mas acabei apaixonada pela forma como ele é descrito e como ele tenta convencer Thomas que agiu apenas para reerguer a família Vexille, da qual descobre-se que o Thomas faz parte, como está no primeiro livro. O pior cego é aquele que não quer enxergar né? A família tem um lema "calix meus inebrians" que é uma frase com o seguinte significado: "Meu cálice me embriaga". Tudo haver com o Graal e por isso a família Vexille e considerada guardiã do Graal. 
O Graal, dissera o padre Pryke, não era apenas o cálice do qual Cristo bebera o vinho na ùltima Ceia, mas o receptáculo no qual o sangue de Cristo ao morrer caíra da Cruz. {Pág. 180}
Eu sempre gostei de livros que levassem títulos condizentes com a história, e é realmente o que acontece nesta saga. Durante a leitura do livro os próprios personagens explicam o porque o livro chama-se "Andarilho", ou seja, Bernard pensou exatamente em tudo. Há um diálogo em que Thomas e Robbie discutem sobre como devem agir com o outro exército e isso os torna andarilhos, como o título da obra. Perfeito, ao menos para mim, afinal existem milhões de livros com títulos estranhos que não condizem nada com o que a história quer nos passar. 

Passei a gostar mais de Jeanette, que era uma personagem que eu não gostava nem um pouco. E para quem achou que ela ficou de muito "mimimi" no primeiro livro pelo filho, eu garanto que neste não existe isso. Apenas a sede de vingança. E é essa sede que marca toda a narratória do livro. Outro ponto forte, Bernard trabalhou em todas as guerras a questão dos cativos e como os homens se esforçavam por capturar homens que poderiam vir a ter ótimos resgates, mesmo que estes durassem anos. O próprio Thomas é resgatado no meio do livro, ilustrando ainda mais como a guerra não era apenas sair ileso e vivo. 

As páginas finais do livro são notas históricas aonde o autor já começa explicando que o livro começa com a Batalha da Cruz de Neville, e se você não é muito ligado em História, acredito que é uma boa forma de começar a gostar da matéria, afinal o autor só embeleza os acontecimentos e cria meios de ter um herói. Tudo o que ele modificou da Guerra está nestas notas, vale a pena conferir. 

A evolução dos pensamentos do próprio Thomas também é bem interessante. Agora ele realmente está acreditando e aceitando a ideia de que há um Graal no mundo, mas seu foco é ainda a vingança. Confesso que estou bem curiosa para saber como Thomas irá terminar. 

E você? Já leu? O que achou? Eu, além de adorar a ideia de uma busca ao Graal, adorei o contexto histórico utilizado. 

Um abraço povo, e que venha logo o final de semana! 
Por Bruna. 

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