Gênero: Romance/ Literatura Nacional
Páginas: 175
Ano: 2014- 1ª Ed.
Editora:Sextante
Sinopse: Minha tristeza se tornou rotina, ninguém percebe mais. Não consigo mais dormir direito. Sinto-me egoísta. Continuo tentando impressionar as pessoas como se ainda fosse criança. Choro sozinha e sem motivo no banho. Só fiz amor com vontade mesmo uma vez em muitos meses – e você sabe bem de que dia estou falando. Já considerei que tudo isso seja um rito de passagem, consequência de eu ter passado dos 30 anos, mas essa explicação não basta. Sinto que estou desperdiçando minha vida, que um dia vou olhar para trás e me arrepender de tudo o que fiz. Menos de ter me casado com você e tido nossos lindos filhos.
– Mas isso não é o mais importante?
Para muitas pessoas, sim. Mas para mim não é o suficiente.
– Mas isso não é o mais importante?
Para muitas pessoas, sim. Mas para mim não é o suficiente.
Então me dou conta de que palavras como "otimismo" e "esperança", que lemos em todos os livros que tentam nos deixar seguros e preparados para a vida, não passam disto: palavras. Os sábios que as pronunciaram talvez estivessem buscando um sentido para elas e nos usaram como cobaias, para ver como reagiríamos a esse estímulo. p. 11.
Linda, 31 anos, jornalista, casada há 10 anos, dois filhos. Desfruta de uma vida calma e segura, não precisa se
preocupar com dinheiro ou qualquer outra dificuldade. Esta é a vida da
protagonista de Adultério, romance do escritor Paulo Coelho.
Mesmo com a vida perfeita que leva, Linda não está feliz. Há
um vazio dentro de si, um medo que toma conta dela e como costuma descrever, um
monstro, um dragão que quer escapar. A rotina começa a lhe fazer mal, o marido
tão exemplar se torna alguém que não tem mais interesse por ela, e então que entra
Jacob. Ex namorado da escola, com quem trocava alguns beijinhos as escondidas e
que promete dar uma reviravolta em sua vida.
Um livro que tinha tudo para dar certo, mas que não deu. Não
para mim. Sou uma amante dos livros do Paulo Coelho desde os 13 anos, já são
dez anos de leituras de suas obras, portanto tenho condições suficiente para
dizer que este foi o livro mais decepcionante do autor que eu já li. Espero que
futuramente eu possa fazer uma releitura e absorver o que deixei passar, mas
hoje, não consigo ver beleza nessa obra. Minhas expectativas deveriam estar
altas demais, só pode.
Mas por que eu não gostei?
Vamos começar pela narração. Como é em primeira pessoa, a
ligação com o personagem principal aumenta em dobro e passamos a viver ele com
muito mais facilidade, entramos em sua cabeça e nos tornamos uno. A partir
disso, começamos a torcer com mais intensidade para que dê certo, porque
sabemos o que ele está pensando, mas não foi o que aconteceu nesse livro. A
todo momento eu só desejava que descobrissem o que ela estava fazendo e que
quebrasse a cara de uma vez. Ela era chata, mesquinha e egoísta. Ok, ela estava
em depressão e isso é algo que pode acontecer com qualquer um. Só que eu não
conseguia vislumbrar a depressão nela como uma doença. (Eu seria uma péssima
psicóloga ou psiquiatra.)
Outro detalhe que me desgostou foi a rapidez dos
acontecimentos. Ela mal pensava em fazer uma determinada coisa e no momento
seguinte, já estava tudo concluído. Quem tem o costume de ler os livros do
Paulo Coelho, sabe muito bem como ele desenvolve a narração sem pressa, com
cuidado, construindo personagens que ficam gravados na nossa memória por sua delicadeza
e sabedoria.
Sim, é isso que eu senti falta nesse livro! A sabedoria com
que ele aborda diversos temas e nos faz refletir sobre questões que nunca se passaram por nossas cabeças, ou até que já passaram, mas que ficaram esquecidas.
Infelizmente eu só consegui vislumbrar um pouco disso em algumas conversas que
ela tinha com o Jacob ou com o marido e no final, quando ela se conectou com a
Eternidade. O resto foi só maluquices de uma mulher que sabia que precisava de
tratamento, mas não queria admitir para si mesma e que procurou o caminho mais
errado que tinha para cair fora da rotina. Sério isso? Adultério agora liberta
a pessoa e a faz encontrar a si mesma? Me poupe. Estou decepcionada.
Por Jéssica
Por Jéssica
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